31/08/2008

Camino Contradictorio

Pedro the Lion - Big Trucks


Recuerdo mucho más las cosas malas que las otras de sonrisos felices e de borbóllelas en mi pecho…

Escribo mejor, hablo mejor, pienso mejor cuando pongo las cosas malas encima de mi cama… Las tristezas me traen los momentos más despejados e me acercan más de mí…


Soy verdaderamente feliz cuando estoy triste… Soy un chiflado de puta madre...

Torpor Domingueiro

Rodrigo Leão - Pasíon

A maior disforme condição humana toca-me na pontinha dos dedos grandes dos pés, um torpor que vai e vem mas que aos Domingos vem para ficar e jornadear comigo ao longo do caminho da marginal onde se acham os pares ridiculamente apaixonados e os beijinhos repuxados e essas coisas de copla que abomino por razões puramente estéticas ou por não achar a mínima elevação nessas coisas de se andar agarradinho. Asco por essas coisas que só as gajas ou a paneleiragem atomatada poderiam gostar.

Continua a ser Domingo e a indolência dos Domingos não me larga os ossos.

Se pudesse pegava no dia do senhor, embrulhava-o aperaltadinho e punha-o no correio para um sítio do qual o sacana não pudesse regressar. Para uma dessas ilhas do Pacífico, a da Páscoa, que o Domingo me traz sempre à lembrança a quaresma e o beijinho na cruz do Portugal retardatário a norte.

Se pudesse mudava o meu destino… Mas não posso… Um dia de Domingo é um dia de Domingo e não há qualquer acção por mais desesperada que seja, que possa mudar esta coisa domingueira…

Nunca gostei dos Domingos…

29/08/2008

Becoming anything

Mesa - Sequela


"In fact, I could not become anything: neither bad nor good, neither a scoundrel nor an honest man, neither a hero nor an insect. And now I am eking out my days in my corner, taunting myself with the bitter and entirely useless consolation that an intelligent man cannot seriously become anything; that only a fool can become something."
Fyodor Dostoevsky


Pois… Mas… Sendo assim e coiso… Este Florêncio Deodato também era um verdadeiro Drama Queen lá do bairro…

27/08/2008

A mais tenebrosa das penas :)

Caetano Veloso- Leãozinho


Ao mundano alvorar de todas as manhãs, ponho em cima dos meus ombros puídos a mais tenebrosa das penas de morte e não sei se ria loucamente ou se chore como um desmamado.

Ponho no bolso da camisa branca, que a minha mãe me deu pelos anos, mais um dia de vida e saio de casa trauteando o Leãozinho do Caetano Veloso, feliz e ditoso com esta fantástica pena de morte que é estar vivo e gostar de ti…


I love you…

Aviso à navegação...

Philip Glass - Metamorphosis One

Às vezes escrevo com um desprendimento que me assusta, com um desprendimento desses que chega a ser vergonhoso por falta de qualquer pudor ou por falta de outro qualquer sistema de controlo moral. Muitas vezes, ou todas as vezes, acredito que as pessoas que hipoteticamente nunca deveressem ler estes escritos nunca o façam mas ciente da colossal curiosidade humana digo sempre que entre estas linhas de verdade ou de mentirinha se escondem coelhos de cartola.

Nunca fui o que escrevo por aqui e isso nunca me fez confusão…

Parvalhão state...

Joshua Kadison - Jessie


Gostava mesmo de deixar esta minha fase de ser parvalhão… Ando mal disposto e a destilar veneno o tempo todo...


E eu que sou um gajo tão simpático… Cof… Cof…

Férias no café central

Elvis Presley - Always on My Mind

Do mais indominável desejo de ver terras e gentes novas sobeja sempre um fastidioso arrependimento. Porque fui por ali quando podia ter ficado em casa lendo qualquer coisa sobre essa tal de outra margem de que tanto me falam os outros. As horas encalhadas neste ou naquele comboio, avião ou carrinho de pé são como um mar de pequenas agulhas que me acirra e me encarniça o mais hediondo dos sofrimentos. Sinceramente não sou daquelas pessoas que se entusiasma muito com férias aqui e ali, gosto muito mais de ficar quieto no meu canto.

De todas as viagens que fiz, guardo memórias de apenas dois ou três momentos que poderiam muito bem ter acontecido na rua ao lado da minha casa ou na praia da minha cidade.

Serei eu um bicho raro só por pensar que um aprazimento supremo poderá acontecer até no café da esquina.

16/08/2008

Rui vai buscar...

Tom Waits - Everything You Can Think


Neste momento estou a ver o Sporting - Porto e apesar de ser anti-Porto (de resto como qualquer benfiquista que se preze...) entretenho-me a esperar que o "Cebolla" faça alguma jogada genial e marque um golo de placa. Por raros momentos vejo-me ali, correndo como um louco pelo flanco direito, ludibriando um, dois, três defesas e galopando para baliza num tiro de bola jamais visto.


Embrulha Rui Patrício… Vai Buscar…

Upcoiso...

Ivete Sangalo - Sorte Grande


Às vezes gostava de saber a que sabem os beijos dos outros, esses tais desmedidos beijos dos outros…


Era para escrever mais e mais mas depois do que acabei de escrever tropeço na mais trôpega caneta e no mais tresmalhado dos papéis… Merdinha, cocó de pombo, uma poia gigantesca de cocó correio em cima das letras e das coisas em branco… Aperto com força bruta estas folhas tão alvas e tão putas.

Nos últimos dias tenho vivido numa aterradora ausência de vida e de coisas que sejam dignas de serem contadas por aqui. Sobram os socos no nariz, as coisas que ando a ler, os desentendimentos familiares, as decisões futuristas, os jogos perdidos, as sacanices e os sacanas. Tudo coisas que me arreliam aos bocados; mas que por as achar do maior dos desinteresses me recuso a reportar neste meu estúpido folhetim.

05/08/2008

O gato de Schrödinger

GNR - Morte ao Sol

Vou ver se consigo escrever isto do gato do coiso em "português"…


Um gato é posto numa caixa radioactivamente estanque e dentro dessa caixa existe uma substância radioactiva desconhecida, um detector de radioactividade e uma garrafa de gás venenoso que será partida quando for detectada qualquer radiação… Desconhecendo-se a substância radioactiva dentro da caixa é impossível saber-se se o gato se encontra vivo ou morto. Só se podendo saber ao abrir a caixa. Antes da caixa ser aberta, o gato assume um "estado" hipotético de morto-vivo, dado que não conseguimos saber da saúde do bichano. E esse estado hipotético de equilíbrio deixa de existir quando abrirmos a caixa, dado que o felino só pode estar vivo ou morto e nunca ambos.




Muitas vezes dou por mim a pensar que em termos sentimentais tenho encontrado muitos gatos mortos… Melhor, mas o melhor mesmo é não abrir a caixa e deliciarmo-nos com esse mundo bizarro de potencialidades hipotéticas


Sempre fui um desses platonicozinhos patetas :) mas também não me importo...

01/08/2008

O coiso não compensa...

U2 - Numb


Na cumplicidade fragateira promete-se muita coisa, bebe-se muita coisa, fuma-se muita coisa, faz-se muita coisa… Depois um gajo acorda não sabe onde e não se lembra de não sabe o que…

Sou forçado a concluir que sair à noite não compensa…

Planios...

GNR - Ana Lee



Em tempos de morbilidade cerebral, naquelas horas intermináveis de trabalho infantil em que me são infligidas mil e uma sevícias… Fui pensando nas coisas que realmente são importantes na vida:

Escrever um livro
Foder como deve ser
Jogar à bola
Ler muito
Beber jolas com os amigos
Ouvir músicas em repeat mode
Tirar fotos
Gastar dinheiro
Ser simpático
Conhecer pessoas novas
Ver gajedo na internet
Viajar


A ver se em Setembro ponho estes meus planos ultramegasecretos a funcionar…