24 de abril
Amanhã é o dia da Liberdade e deve obviamente ser celebrado na Assembleia da República ou à janela das nossas casas, com as condições que a situação actual impõe. Independentemente do discurso truculento e pouco inteligente da segunda figura da nação, o excelso Ferro Rodrigues e dos reacionários do polo oposto. É efetivamente uma data que deve ser lembrada e comemorada. Foi a partir desse dia que Portugal conseguir romper o espartilho de uma ditadura que nos condenou a 50 anos de mordaça, pobreza, guerra e subdesenvolvimento.
Tendo nascido muito depois do 25 de Abril de 1974 e filho de pais adolescentes à data, foi sempre com alguma alienação que vivi o 25 de Abril. Um dia sem escola em que uns “marretas” tinha discursos intermináveis no parlamento. Uma comemoração vocacionada para homenagear os homens da revolução (inteiramente justa, pelo menos para alguns) mas que sempre se esqueceu do mais importante que é a celebração da Liberdade e da Democracia.
Na escola e nos meios de comunicação fala-se pouco do que é a Liberdade, do que é a Democracia. Fala-se pouco da luta titânica entre os que queriam um regime democrático e os outros que queriam impor um regime totalitário. Não se fala do PREC, não se fala de Jaime Neves, do programa do MFA (que não tinha muito interesse no estabelecimento de um regime democrático), do Grupo dos Nove, do Conselho da Revolução, do 25 de Novembro, do papel do PCP na revolução.
Viver o 25 de Abril é falar do 25 de Abril. É falar da Liberdade e da Democracia.
Vivam o 25 de Abril!