Os últimos dias de qualquer actividade são sempre dias
tramados, sabemos de antemão que são rotinas que deixam de existir, caminhos
que deixamos de calcar e pessoas que “desaparecem”.
Mas para além disso existem os últimos dias que não vinham
marcados no calendário e surgem sem avisar. Esses são os piores. Às vezes,
relembro com um carinho parvo aqueles últimos dias em que nada faria supor que
seriam os últimos dias disto ou daquilo e que acabaram por o ser. Pessoas que
deixei de poder ter ao meu lado, umas porque partiram e outras porque lhes perdi
o rasto e que provavelmente não serão as mesmas, tal como eu não serei o mesmo.
Tenho saudades delas e de mim…
A irreversibilidade temporal é uma coisa tramada.