22/03/2008

Piloto anda cá...

Chamo-me pedro, também me podia chamar Rui ou até Rui Pedro ou ao contrário. Tenho 33 anos e um cão, o piloto. Ontem cruzei-me com o Xavier, disse-me que tava igual, que em 12 anos não tinha mudado nada. Custou-me perceber se isso era bom, se uma coisa má. O Xavier estava muito acabado mas não lhe disse nada. Disse-lhe qualquer coisa simpática por entre tragos de imperial.

Quando cheguei a casa, terrivelmente acabado o piloto soltou-se e veio para o meu colo. Fui à cozinha buscar o resto do tinto do Chile que tinha sobrado do jantar. Glup, Glup… Mensagens parvas para a Inês… Disse-lhe que a amava muito, que tinha saudades dela, um minuto depois, como se por mero acaso ela não respondesse, nem ponderando a hipótese de que ela poderia estar a dormir, mandei-lhe outra mensagem perguntando-lhe se tinha doenças na crica…

A Inês respondeu…

Nunca mais me voltes a telefonar… Seu fipiiiiiiiiiiiiiiiiiii da putpiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii….

Piiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiii….

Perco-me no Pêlo do piloto. Absorto na pior condição humana, possível ou pelo menos naquela que consigo imaginar. Não posso telefonar para casa. Não quero que os meus saibam. Não quero que os meus amigos saibam…

O piloto cala-se e olha para mim como se fosse o meu pai… Béu…Béu… Digo para o piloto…

Dez da manha e abraço o piloto com toda a força do mundo…

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