08/05/2009

Grandioso Hemingway



Abri um Quinta do Carmo Tinto que tinha esquecido lá em baixo. Já tinha perdido da lembrança o sabor de um bom tinto alentejano bebido sozinho e sem pressas. Já há alguns meses que não bebia um tinto tão bom sem ser ao jantar. Ao jantar um bom tinto dilui-se com as costeletas de cabrito ou até mesmo com um bom bife de pimenta e não se chega a pensar muito no delicioso néctar. A situação ideal para se apreciar um bom vinho tinto passa por
bebê-lo sem qualquer acompanhamento e a horas indecentes
, no máximo dos máximos acompanhado com umas fatias de pão caseiro alentejano e um queijo de ovelha curado.


Verti um copo, dois copos, sentado na varanda, debaixo de um céu aluado e senti-me fenomenal. Arrepiado com tão prazenteiro fenómeno. Não me senti sozinho, nem tão pouco desamparado, como ontem. Na rua não passava ninguém e ouvia-se apenas o burburinho de uma qualquer cidade pequena de província, na qual nada se passa depois das dez. Pensei na minha sorte imensa, no vinho que me fazia sorrir de contentamento. Pensei ainda, que de manhã andaria com o meu pai, na proa do barco atravessando a Ria Formosa e aprimorando os viveiros de ostras, fazendo coisas de homem.

Este noite chamo-me Hemingway… Grandioso Hemingway…

1 comentário:

Anónimo disse...

Como eu te entendo. Assim sendo, nada mais tenho a acrescentar. ;)

Beijinho*
Silvia

P.S. Obrigada nós! :)