05/02/2008

identificações/projecções

Lara Li - Telepatia

O amor verdadeiro, quer ele seja o amor amor ou o amor fraterno tem sempre uma faceta de identificação/projecção muito grande. Todos os pais, ou pelo menos os meus, desejam que eu seja o melhor do mundo ou então que me quede pelo menos em ser uma boa pessoa. Posso ser o que eles nunca foram, viver as coisas que eles nunca viveram, ser maior. Até podia explicar isto com uma teoria génica manhosa mas não há tempo nem pachorra. Já a identificação com a cara-metade, com os nossos amigos já é mais difícil de explicar, queremos que eles sejam os melhores, que consigam coisas, que sejam bons. Se calhar no fundo queremos isso porque somos infinitamente bonzinhos (não me parece… ahahaha…) ou porque ao estarmos rodeados de pessoas melhores poderemos ser cada vez melhores, ter conversas com pés, sobre pés, sei lá…

Acho simpático isso da projecção e tal mas… Quero efectivamente que toda a gente que eu gosto seja feliz e faça coisas fantásticas e ao mesmo tempo que as pessoas que não gosto (que não serão mais do que os dedos da minha mão esquerda) se fodam, que partam pernas e assim. Mas ao mesmo tempo faz-me falta voltar a ter drive pessoal. Voltar acreditar que posso ser o que eu quiser.

Anda por ai um novo filme chamado o lado selvagem (que eu quero desesperadamente ver) e no trailer diz-se que mais importante do que sermos fortes é sentirmo-nos fortes. Tenho essas coisas dos canudos e quase quase dessas coisas dos canudos maiores e teoricamente tenho um mundo de possibilidades à minha frente. Mamã, mamã posso ser o que quiser, mamã posso, posso? E ao mesmo tempo tem-me faltado a força nos joelhos…

Mas isso é para mudar. Hoje. Não, sou dessas putas deprimidas. Não sou mesmo.

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