27/03/2011

As minhas magníficas férias em Cucujães...


O rufar abafado dos tambores levantou-me cedo da cama. O quarto da pensão Venezuela era breu e nem tão pouco havia um carreiro de luz que me ajudasse a chegar à casa de banho. E ao mesmo tempo aquele som seco e compassado dos bombos da banda filarmónica de Cucujães, que cirandava pela praça do município, era o mais vil dos castigos. Manhã de domingo passada numa masmorra de um cu de Judas…


Cheguei ontem. Vim numa pressa parva, difícil de entender, porque não tinha qualquer razão para passar as férias grandes em Cucujães. Talvez tivesse escolhido o destino pelo nome da terra. Pois uma terra com dois cus no nome só podia ser uma terra atreita à marotice e pejada com imensas festarolas de emigrantes. Quem sabe se não conheceria uma sopeira que não falasse bem o português e com a qual vivesse um tenebroso romance camiliano de verão.


Mas tudo começou da pior forma… Sem luz, com rufares e com um senhor pontapé de força na cadeira abeirada à cama. Ai, ai… Como me dói a o dedo maior do pé. Duas ou três palavras de agravo e lá consegui chegar à casa de banho. Dado não ter dado com a luz, sentei o meu real traseiro e fiz um xixi profícuo, uma mijadela que deve ter durado uma boa meia hora. Bem sei que fazer xixi sentado é coisa de rotos mas estava um escuro do caraças… Sempre que me sento para fazer xixi penso em ratazanas diabólicas ou extraterrestres perversos que navegam pelas redes municipais de saneamento básico trucidando os pénis dos meninos mais incautos. Não me perguntem porquê, devem ser os resquícios de um daqueles filmes manhosos que dão na televisão depois das quatro da manhã.

2 comentários:

Unknown disse...

E até há historias de mulheres que engravidaram de ratos/ratazanas e afins! Loool

Ricardo disse...

Então se calhar os receios não são tão infundados assim :)