Pois que seja dar quecas de duas em duas semanas…
I am ok with that...
Não sou muito de mexer na minha lista vips do TMN mas lá consegui expulsar alguém e pôr lá o teu número…
Temos oficialmente Moura na costa…
Depois de dias e dias de constante mau aspecto o presidente lá se decidiu sujeitar-se a umas enormes tesouradas. A rapariguita onde tenho o prazer de cortar o cabelo encontrava-se de férias… O drama… O horror… Casamento este fim-de-semana em Zurique e esta malfadada melena…
Deambulações pelo bairro, passo por dois barbeiros… Acelero o passo ansioso… Foda-se, não quero que seja um gajo a cortar-me o cabelo, porque me dá uns calores esquisitos não sei onde e isso poderia melindrar a minha poderosíssima heterossexualidade…
Passos alongados e lá consigo encontrar uma jeitosa para me cortar a trufa… Só deus sabe o poderoso efeito que uma massagem capilar surte no presidente…
Sempre fui pouco de ter saudades de quem quer que seja. Talvez seja por isso o pior dos amantes, o mais infame dos amigos e um filho esquisito. Sou daquelas pessoas que vive muito dentro de si, pouco se lembrando dos outros…
Gostava de não ser assim mas não sou… Sou o pior dos egocêntricos…
Lulu and the Lampshades - You're Gonna Miss Me
Às vezes apaixono-me porque gostam de mim…
Outras vezes não…
Para além dos potenciais problemas românticos associados a um fim-de-semana de queca (a sério que me custa separar a fodenga dos sentimentos românticos, mas eu devo ser um rapaz retrógrado e essas coisas…) o maior problema é mesmo a vontade de mandar quecas outra vez. Nem que seja com aquela vizinha simpática mas de se fugir a sete pés.
Quando se está durante algum tempo sem actividade alcovaniana uma pessoa parece esquecer-se de como é deleitoso e prazenteiro o acto de fazer amor. Mas reiniciado o processo queremos ser desordeiros outra e outra vez…
Eu sou daquele tipo de pessoas que evita abrir as bolachas mas quando come uma, só consegue parar na última…
Por mais que anseie e até vivencie a mais exasperante das esperas em relação à minha outra metade, hoje foi um dia feliz. Comi línguas de veado e bebi coca-cola. Fui chatear a Xana e consegui finalmente tirar o cartão de estudante. A Sofia deu-me um livrinho fixe e durante a tarde comi amendoins e estive em seminários sobre patologias congénitas.
Não. O presidente não está a ser irónico… Às vezes o presidente "esquece-se" das coisas boas da vida… Esquece-se que é genuinamente feliz mesmo que não esteja irreversivelmente apaixonado por ninguém há séculos…
Quando se dorme com alguém resolve-se um problema mas aparecem sempre inquietações novas. Sou daqueles tipos sensíveis e bons que não conseguem separar as águas. Por mais que tente dizer a mim mesmo que estou numa exploração "national-geográphica" da queca as coisas acabam sempre por complicar-se. Enamoro-me sem querer… Um gajo com as calças na mão é sempre um gajo propenso aos mais agravados problemas.
Depois dum fim-de-semana com poucas horas de sono e muitas epifanias tento perceber o que fazer com o "problema". Telefono hoje ou deixo para amanhã. Tento pensar nas coisas com cabeça ou deixo andar e talvez enredar-me em maiores complicações…
Valete - Baza correr com o Paulo Bento
Há dias em que ando tão absorto em aulas e letras miúdas que me esqueço de tudo o resto. Há semanas que não leio um romance, que não vejo televisão, que não tiro fotografias, que não oiço música, que não descontraio…
Sei que devia fazer mais das coisas que me fazem feliz mas ao mesmo tempo nem me chego a aperceber do estado eclipsado em que ando… O trabalho em demasia salva-nos sempre dos pensamentos mais parvos…
O presidente não gosta de baixar a guarda e de deixar-se iludir no doce e labiríntico mundo dos encontros com pessoas que conhece na net…
Mas às vezes é tão difícil resistir…
Não devia ter-me deitado às seis da manhã… Como eu abomino os dias de ressaca…
Muitas vezes empoleiravas-te em mim e cobrias-me de beijos, eram felizes esses dias. Outras vezes dizias coisas absurdas em voz alta. Vociferadas, nomes errados, copos, pratos e tudo o que soubesse voar. De princípio gritava também, esbracejava mas acabava sempre por ter a mais mísera e incompreendida das tuas respostas. Naquele dia disse que não. Estava farto desses dias apinhados de gritos e palavras feias. De dentro da gaveta que estava sob a mesa da cozinha tirei a maior faca que encontrei. Não me lembro de entrar pela sala adentro. Se tinha o cuchilho para cima ou se para baixo, se fui a correr ou mesmo se te disse qualquer coisa, desculpa mas não me vêm agora à memória essa breve jornada até à sala.
Um silêncio mudo… Percebi o teu medo. Também tive disso. Puxei a cadeira junto à mesa com uma mão, sentei-me devagar e pousei o mal com a maior das deferências. Continuamos sem ter nada para dizer ou fazer. Durante esses minutos de imensa quietude senti-me acalorado por uma grande felicidade, estávamos os dois sem gritos e as outras coisas. Toquei com as mãos na lâmina, deste um passo atrás. Sem ideias iluminadas e com a porcaria da faca tão acirrada só me lembrei que a devia espetar num sítio qualquer em que saísse muito sangue. Serrilhei os pulsos a custo e foda-se, doeu mais do que muito… Pousei o mal de contra a mesa e as mãos cheias de sangue também…
Não me lembro do resto mas gosto de ter abeirada a mim em graves e delicados cuidados… Ah como eu gosto dos teus beijos…
Continuo portanto à espera da mais improvável das epifanias…
Chegar a casa faminto, abrir o frigorífico e encontrar bagos sumarentos e deliciosos de romã numa malga…
Como é doce a vida na casa dos pais :)